Workaholic ou adicção ao trabalho significa que uma pessoa trabalha em excesso sem ter a necessidade de fazê-lo. Este vício gera diferentes problemas em diversas áreas da vida da pessoa que a sofre. Você acha que conhece alguém que sofre de adicção ao trabalho? Ou acha que você é um workaholic? Aqui explicamos como identificá-lo e as possíveis soluções para superá-lo.
Os workaholics ou as pessoas que sofrem de workaholismo têm uma necessidade de estar sempre conectados ao seu trabalho, mesmo sem a obrigação de trabalhar, fazem isso de qualquer maneira e deixam de lado hobbies, relacionamentos, distrações e até a própria saúde. Tudo isso obviamente interfere na saúde mental e física da pessoa. Vamos ver como identificar esta síndrome!
Sintomas: Quando você é um workaholic?
Busqued (2005) define que uma pessoa é um workaholic quando, pouco a pouco, vai se desestabilizando emocionalmente e cria uma adicção ao querer controlar tudo e ao desejo compulsivo de obter aprovação e sucesso. Bosqued diz que esta obsessão por trabalhar vem da natureza perfeccionista e competitiva, já que desfruta dos bons comentários que recebe por seu grande esforço.
Marisa Bosqued, especialista em Psicologia e mundo laboral, fez uma divisão de 3 grupos de sintomas mais habituais de quem sofre desse vício:
De tipo cognitivo e mental: uma pessoa que tem adicção ao trabalho ou é workaholic tem crises de ansiedade, irritabilidade e até depressão. A grande preocupação com seu rendimento laboral provoca angústia, uma sensação de vazio emocional.
De tipo fisiológico: uma pessoa workaholic normalmente tem estresse, sofre de insônia e isso provoca uma propensão a sofrer doenças vasculares.
De tipo comportamental: se afastam da família e amigos, não tiram férias nem dias para realizar alguma atividade diferente. Se estão fazendo algo que não tem relação com o trabalho, começam a experimentar inquietação incontrolável, ansiedade e irritabilidade. Têm também uma necessidade constante de anotar tudo em listas detalhadamente.
O que há por trás de um workaholic?
Por trás de um workaholic existem muitos fatores que o levaram a sofrer esta síndrome. Podemos mencionar o medo de ficar sem dinheiro ou desempregado, querer fugir de problemas pessoais ou familiares, ter dificuldades para conviver em sociedade e isso leva a fugir de compromissos sociais, etc.
Mas, uma coisa que não podemos deixar de mencionar é a sociedade que está por trás de uma pessoa viciada ao trabalho, que alimenta essas atitudes, já que as empresas pedem como requisito para entrar no mundo laboral pela primeira vez um desejo de querer trabalhar sem descansar.
Perfil do workaholic: executivo e narcisista
Ambos protótipos estão sempre buscando se destacar por sua aparência e ser reconhecidos acima dos demais, aumentando seu próprio ego e melhorando constantemente sua situação econômica. Essas pessoas desejam ocupar posições cada vez mais altas e de prestígio, vivem ansiosas pelo seu interesse incontrolável em obter uma posição de controle, poder e sucesso.
O estado de ânimo é tão variável que não permite que a pessoa que sofre de workaholismo aceite que sofre disso. Pois usa isso como um mecanismo para se defender e evadir seus problemas emocionais e de adicção. Costumam negar este problema para não sentir que estão fracassando e para que as pessoas não sintam decepção com isso.
Tipos de adictos ao trabalho
O pesquisador Llaneza (2009), define quatro tipos de workaholics em função do compromisso e da obsessão-compulsão:
Egomaníaco comprometido: interesse excessivo pela satisfação dentro do trabalho, deixando de prestar atenção ao resto das coisas.
Não-egomaníaco: vê no trabalho uma obrigação para se destacar e ter um nível econômico superior.
Egomaníaco compulsivo: não tem a habilidade para realizar bem seu trabalho e usa isso como pretexto para trabalhar mais horas até alcançar o nível de sucesso desejado.
Não-egomaníaco compulsivo: dedica tempo e energia a outras atividades.
Qual é a solução para o workaholismo?
A solução para este problema é, primeiro, que a pessoa que sofre disso reconheça, e depois, o ideal seria buscar ajuda terapêutica para receber um tratamento e uma orientação profissional adequada. O que se pode fazer a nível pessoal é buscar alguma técnica de relaxamento, buscar atividades de lazer com o parceiro, amigos ou família e assim ir reduzindo pouco a pouco as horas extras que eram dedicadas, sem necessidade nem obrigação, ao trabalho. Saber distinguir o que é urgente e o que não é tanto.
McShane (2005) propõe alguns recursos para sair deste vício no trabalho:
Parar de trabalhar por um tempo: esta abstinência de trabalho necessitará ajuda de algum especialista. O primeiro mês será para se recuperar fisicamente e o segundo para examinar as prioridades e se ver com mais clareza.
Controlar o gatilho: identificar as situações que criam esta adicção e controlá-las. Aqui a psicoterapia dinâmica desempenha um papel fundamental para ajudar a controlar as ações repetidas que desencadeiam tudo isso.
Programa de atividades diárias: deve incluir a quantidade de horas que a pessoa dedicará ao trabalho, ao descanso, à família, ao parceiro, à recreação, etc. Alguém deve comprovar que o programa seja efetivamente realizado.
Por último, não devemos esquecer que, como qualquer tipo de adicção, a pessoa é dependente da situação e prejudica sua saúde física e psicológica. Portanto, recorrer à ajuda de um especialista é o melhor caminho para poder terminar com este vício.
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